domingo, 21 de março de 2010

Pequena Biografia para Arte- Educadores

Eu Sou.
Assim Vivo, Assim Creio.

Percebo:
Ser, Não Sou – Estou.
Pedaços, fragmentos, Partes, Adendos.
Contorno, me colo e me adapto ao contexto.

Incomodo-Me!
Às vezes me acomodo e vez em quando choro.
Não me importo e pra não me cansar me porto.
Aporto em praias Seguras...Desde que a minha frente, o Mar balance em ida e volta eternamente.

Creio. A Fé contorna os retalhos da minha “Estória” – Impresso na pedra ficam as letras que eu inventar de cantar, por isso: Crio.
Por isso com E, e sem H. porque é estória de Contar.
Sim. Pra Mim a Vida É sonho, que agente inventa de Existir.
Sou Também. Tudo o que foram meus ancestrais e tudo o que nego e não herdo deles.
Vô Preto, de trava-linguas e Adivinhas, Vó Cabocla de Estórias de Troncoso e música Boêmia... Vô branco nascido Marinheiro, mas que viveu de ser Pedreiro e Vó caipira, que cozinhava e morreu e eu nunca vi.

Mestres Meus Verdadeiros.
Pai Artista que vende Seguro de Vida.
Mãe doméstica – Guerreira!- lutando pra assegurar nossas vidas.

O de o por que Vim, e o de o porque virão os meus e os filhos dos meus, uma linha contínua, esticada, quase que arrebenta. Em meio ao Caos da Realidade que inventamos, se Transforma, se Modifica. Soa. Toca Nota em Vibração.
Apenas É. Apenas Vibra.

E Foi de tanto achar bonita a Vida, de tanto achar beleza no feio, de tanta mania de querer poetizar, em palavras, em verbos e Ação -visito a Consciência e percebo às vezes apenas punheto - Finjo que nem ligo e mudo a direção.
E de tanto inventar moda de contar Estória, me Invento Atriz.

Pra Universidade, ainda não fui não. Fiz Cursinho pré-vestibular e dos bons, daquele do Leão!
Mas acontece que de me formar, ainda não tinha achado precisão.
Por isso, por Consciente opção, migrei pro ABC e estudei na ELT... (- Êita, mania de rima pobre!) Fui atrás de um tal trabalho Coletivo, Colaborativo, que Visa o processo, um Uno onde Forma realmente é Conteúdo. Onde as necessidades do Grupo guiam as pesquisas e as Maneiras de não aprendes, mas “ Re - ter
Para Ser”.
Por lá, onde os professores são chamados de Mestres, não pelo seu grau de estudo e letramento, mas pela compreensão de uma relação, onde o aluno é o APRENDIZ. E Mestre e Aprendiz constroem juntos, através da reflexão e da experiência. Por lá aportei por cinco anos, primeiro pra ser atriz, depois Diretora, co-criadora, coordenadora, pois por lá conheci uma tal Pedagogia e o tal Amado Paulo Freire. E Por lá fiquei por estar apaixonada pela busca incessante e construção eterna de uma Pedagogia Livre.

Hoje educando...
Na sala de aula, no Espaço de encontro, estou, por um motivo próximo de Estar no Palco:
A tentativa de ainda em tempos rudes, poder compartilhar. Não o que sei, mas o que penso que tenho, este tão pouco que escapa feito areia de minhas mãos...
Quero ainda, que cada encontro, com cada Coletivo se dê como um Rito. Juntos vamos construindo esta Dramaturgia. Juntos Elaboramos maneiras de nos Organizar. De ser, de Estar.
E Sonhadora que sou: Creio que podemos nos modificar e Transformar o Espaço.
Não espero de Deus, nem das políticas públicas, nem da Arte, ou da Educação...Espero do Encontro!
Quando o Eu encontra o Outro. E Escolhe Ser, É capaz de escolher como Estar.

Meus Sonhos... Pequenos causos do Cotidiano, Segredos guardados em uma Caixa de música que só abro em Silêncio. Prazer são as Danças que ali nascem e Prosperam.

Amanhã?O que Desejo?

Quem sou eu pra saber o que quer alguém tão diferente de mim, como serei Eu Amanhã?